Por Laila Fidelli
A data comemorativa de 08 de março, intitulada “Dia Internacional da Mulher”, foi oficializada em 1975 pela ONU, para lembrar de conquistas políticas e sociais das mulheres.
Mas desde que o mundo é mundo, a luta das mulheres existe!
Fiz uma breve pesquisa sobre isso e uma das lutas mais marcantes foi em 1909, na cidade de Nova York, onde ocorreu uma passeata unindo cerca de 15 mil mulheres protestando por melhores condições de trabalho. Na época, as jornadas para elas chegavam a 16h por dia, seis dias por semana, e não raro, incluíam também os domingos.
Essa passeata teve uma importância histórica porque são reivindicações que não foram resolvidas em sua totalidade até hoje. Ainda há desigualdade de gênero! Isso é surreal!
A batalha é diária, e no dia 08 de março, fazemos um balanço automático de tudo que ocorreu. Entre as conquistas, da qual eu ainda tenho dúvidas, é que os problemas relacionados a vida da mulher, hoje são discutidos abertamente, sem precisar ficar sussurrando pelos cantos, como no passado.
Lutamos abertamente, dentro do possível, buscamos um lugar dentro da sociedade, ainda tão machista. Um reconhecimento justo, pela múltipla jornada: da mãe, dona de casa, estudante, esposa, empreendedora, funcionária...Sempre fazendo o melhor para seu próximo, muitas vezes sem lembrar de si mesmo, dos seus sonhos. A prioridade é sobreviver...
Além da dificuldade enfrentada pelas mulheres no campo de trabalho, a violência contra a mulher cresce de forma absurda, devido as leis brandas. Tantas mulheres morrendo... não somos sexo frágil, e eles sabem disso, por isso é que somos eliminadas de forma tão cruel e covarde!
Eu sou um tipo de mulher rebelde, que detesta ganhar flores! Ouvi, aos 7 anos de idade, uma frase da minha mãe, sobre os brinquedos que eu tinha e que nenhuma amiga tinha: “Você tem todos esses brinquedos, que ninguém aqui da vizinhança tem, porque eu trabalho!” A minha mãe era uma das poucas mães que trabalhavam dentro e fora de casa. A falta que senti da minha mãe neste período da minha vida, me ensinou o quanto é importante a independência da mulher em todos os aspectos, e todos os sabores e dissabores que uma mulher enfrenta em sua árdua jornada.
Nos tempos de hoje, eu aprendo muito com minhas irmãs de coração. Participo, há muitos anos, de um trabalho assistencial à comunidades carentes, e em cada encontro observo as histórias de vida dessas mulheres, e uma das lições que aprendi foi a descomplicar! Elas são verdadeiras guerreiras, lutam bravamente a situações que para nós seria um fardo muito grande, mas elas descomplicam, encaram com simplicidade e com sorriso no rosto.
São exemplos da grande maioria das mulheres, e suas vozes são tão baixas, quase nulas... É por elas que temos que protestar, reivindicar, lutar, por mais vagaroso que sejam as conquistas.
É justamente dessas histórias de superação, que encontramos forças para seguir em frente. Bravas guerreiras, damas da noite e do dia em toda sua amplitude, sua armadura é o coração. Nos encantos e desencantos de ser Mulher!