Ultimamente, um dos gêneros mais populares do cinema, o “Terror”, tem nos surpreendido de forma positiva constantemente. Foi assim com, “Corra” e “Nós” de Jordan Peele, ao tratar de racismo e igualdade de oportunidades respectivamente, e “O Que Ficou Para Trás” de Remi Weekes, que abordou de forma criativa e surpreendente os dramas vividos por refugiados de países em crise, ao migrarem para os países desenvolvidos. Agora chegou a vez de se juntar ao grupo a minissérie “Missa da Meia-Noite”, uma criação de Mike Flanagan, disponível na Netflix.
Uma pequena ilha, que lentamente morre. Todo um modo de vida, com suas tradições, se esvai, deixando no lugar desesperança e a ausência de perspectiva. Enquanto a ilha morre por fora, seus habitantes morrem por dentro. Mas de repente surge uma esperança com a chegada de dois jovens ex-moradores, que tentaram em vão fugir desse triste destino: A esperançosa Erin Greene (Kate Siegel), o atormentado Riley Flynn (Zach Gilford) e, principalmente, de um novo líder religioso, Padre Paul Hill (Hamish Linklater), com sua nova e fervorosa mensagem.
Sem ser uma série de ação, a produção sabe explorar o clima de suspense para prender a atenção de quem assiste até o fim, mas essa não é a única boa notícia. Os criadores da série também propõem pensarmos sobre os objetivos de nossa existência e se existe algo depois de nossas vidas. Porém, sua principal mensagem surge ao tocar num tema muito atual: a manipulação da palavra, inclusive com o uso da verdade, para atingir objetivos pessoais, notadamente quando se está entre pessoas ávidas por um raio de sol que lhes deem esperança. Transformar verdades em mentiras e vice-versa (fake news) se tornou um mal de nossos tempos que não perdoa nem os livros sagrados.
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