Desde 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel, nossas mentes têm sido bombardeadas com informações sobre a crueldade da agressão ou sobre a desproporcionalidade da resposta dada pelo governo do primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu. Porém, essas versões, quase sempre, nos são apresentadas a partir dos comandantes da guerra e por meio de canais de comunicação que tem sua isenção questionada. Esse modo de informar, entre outras coisas, faz com que a gente se concentre na disputa entre os grupos rivais, Hamas e o Estado de Israel, e esqueça que espremidos no meio dessa guerra vivem pessoas comuns, que apenas almejam viver em paz e que, no caso dos palestinos da Faixa de Gaza, quase metade dessa população (2,3 milhões) é formada por crianças.
Em “Nascido em Gaza” (Born in Gaza) o diretor ítalo-argentino, Hernán Zin, dá voz a crianças que sofrem com esse conflito, mas para nossa desesperança o premiado documentário, disponível na Netflix, não trata das agressões recentes, mas de outra dura ofensiva militar de Israel em 2014, que se seguiu por 51 dias e que deixou seu rastro de morte e cicatrizes incuráveis.
Nesta roda do tempo em que a violência se repete continuamente e o futuro parece ser sinônimo de utopia, 10 crianças dão seu testemunho, expõe suas feridas psicológicas e físicas e relatam seus sonhos para quando a guerra acabar. Sonhos esses comuns a qualquer criança, no sentido de valorizar a vida, e ao mesmo tempo tão distante... Já que como sabemos, a guerra não acabou.
Obs: A plataforma não estão disponibiliza legendas em português, mas as legendas em espanhol são de fácil entendimento.
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