Há alguns anos pessoas e instituições engajadas na causa humana deram origem as Campanhas Coloridas, cuja finalidade é ressaltar a conscientização da preservação e prevenção da saúde; além de alertar sobre a gravidade de determinadas doenças e a importância do diagnóstico precoce. As campanhas são mensais e temáticas, a cada mês médicos reúnem-se a fim de definirem a doença que será retratada em: caminhadas, cursos, debates, entrevistas, palestras etc... assim como definem a cor que será associada ao mês.
Em 2014 iniciada pelo psicólogo Leonardo Abrahão Pires Rezende iniciou-se a Campanha Janeiro Branco, a cor branca foi escolhida para representar a simbologia de “telas ou folhas em branco”, onde pode-se escrever ou desenhar expectativas que se deseja realizar. E sendo janeiro o primeiro mês do calendário costuma ser escolhido como o ponto de largada às reflexões, ideias, planejamentos, metas e prospecções.
E assim assistentes sociais, médicos, psicólogos, psiquiatras elaboram e levam ao alcance da população ações que mudam condições e características da saúde que pode inclusive salvar vidas; isso chama-se Psicoeducação. Um dos pontos altos da campanha é disseminar a informação e levar conhecimento de que algumas dores podem ser evitadas, alguns sofrimentos aliviados e algumas violências impedidas.
O tema da campanha em 2023 é “A Vida Pede Equilíbrio, tivemos em 2022 “O Mundo Pede Saúde Mental”; em 2020 “Precisamos Falar Sobre Saúde Mental” e diversos outros temas desde o início da campanha têm sido elaborados a fim de elucidar que saúde mental também requer investimento e, que debates em prol da prevenção ao adoecimento emocional levam ao mais longo alcance a informação para a sociedade.
Muito embora o ano que se inicia seja a continuidade do anterior simbolicamente está implícito o Recomeço, para muitos é hora de: - fazer dar certo; do agora vai; este ano vai ser melhor; estava esperando acabar dezembro. E diversas outras frases que soam como motivadoras a percorrer mais 365 dias do novo calendário.
No entanto, na hora de fazer o checklist do que está sendo realizado o coração tende a bater mais forte expressando alegria a cada checagem alcançada; aí no meio do caminho começam a surgir os prazos não correspondidos, os esforços além do imaginado, a percepção de que ser independente não quer dizer ser autossuficiente e com isso chegam as respostas físicas e químicas disparadas pelo cérebro, o que denota emoções, tais quais: raiva, surpresa, tristeza.
Pois bem, e quem está preparado para lidar com essas emoções que parece não terem sido contabilizadas para a construção do “Castelo Novo Ano”? Um dedo quebrado dói, mas um peito apertado dói mesmo sem uma radiografia assim o afirmar; a pressão arterial descompensa por inúmeros motivos e inclusive por motivos emocionais; é preciso visão empreendedora para ser bem sucedido, mas também é preciso autoconhecimento; naquela lista dos desejos é bem capaz que lá na colocação de nº 10 ao menos, esteja fazer um check-up e mais....para aliviar a culpa de nem ao certo saber há quanto tempo está em débito consigo e a promessa de que “isso não mais acontecerá”.
Ora, nesse projeto de autocuidado somente o corpo parece ser lembrado; como se fosse possível falar em saúde sem falar em mente. A lista de desejos e objetivos muitas vezes é um meio de sobrepor episódios desastrosos do passado e camuflar a frustração, como se 31 de dezembro tivesse zerado a trajetória da vida e em 01 de janeiro tudo se tornasse novo no sentido mais literal da palavra; mas ainda que possaser um sonho de consumo, não é assim que funciona. E quando essa descoberta é feita, o quefazer? – Incluir na lista dos desejos e objetivos cuidados a saúde mental é uma boa pedida. Não parece ser comum planos para por exemplo iniciar a terapia, aliás qual surpresa não é aocomentar tal interesse e ouvir: tá ficando louco mesmo! E por vergonha ou desconhecimentorecua-se o projeto cuidar da saúde emocional em conjunto com o profissional da área: Psicólogo. Mais absurdo ainda parece ser quando naquele cuidado ao corpo físico, naquele check-up, o profissional encaminha para o colega de outra área: o Psiquiatra, então nem se fala, afinal aí o passo atrás geralmente agora é dado por si próprio, não precisa nem da crítica ou julgamento alheio. Portanto, perceba a tamanha importância da Campanha Janeiro Branco para desmistificar doenças, profissões e principalmente clarear a corresponsabilização do bem-estar e qualidade de vida.
Se janeiro é culturalmente o mês de resoluções e metas, sugiro encabeçar a lista com foco noque há de melhor em si e acredite que cuidar da saúde emocional e mental será a maior realização que poderá fazer em benefício próprio; sem contar que se o 1º dia do ano é comemorado mundialmente como o Dia da Paz já que as Nações em sua maioria se unem em pedidos, céu colorido, ondas puladas, abraços fraternos e evidenciam a alegria e a esperança, é porque preocupam-se uns com os outros e esse respeito é fator incondicional para reconhecer a fronteira entre os opostos, não impondo a verdade unilateral, nem incitando a violência descomunal (retrato do adoecimento emocional coletivo).
Pesquise em suas redes sociais, nos canais de tv educativos, consulte o livro que foi lançado,procure o setor de rh da sua empresa, informe-se no seu bairro e atualize-se, preencha-se, tire dúvidas a respeito dos temas presentes dentro da Campanha este mês.
Carpe Diem!!
Aproveite o Dia!!
Aproveitem o dia, mas sem ansiedade.
