Este mês vinha me perguntando sobre o que escreveria, quando então as Redes Sociais caíram e por algumas horas a inquietação humana se sobressaiu. E ainda assim, nesse mesmo dia vi um post que dizia: - “Quando os aparelhos telefônicos eram presos por cabos, nós éramos livres”. Muito pertinente e em ocasião bem apropriada, tal citação. Num outro momento, nesse nosso bate papo falei sobre a representatividade das redes sociais na atualidade e, essa conexão tecnológica que conecta pessoas, muito embora nem sempre as aproxime. Fato, pois o que aconteceu esta semana poderia ter sido uma oportunidade para que o AMOR despontasse na mais sublime forma, através da amorosidade. No entanto, não foi isso o que aconteceu.
Afinal, o que é o AMOR?
Para Erich Fromm-psicanalista, pensador influente do século XX: - O Amor É Uma Arte!
O amor se apresenta em múltiplas formas: o amor fraterno, materno, erótico, romântico, o amor a Deus.
A existência humana de uma forma ou de outra sempre esteve pautada no amor, é ele que une as pessoas, apesar das dificuldades em vivenciá-lo sem ter a paz comprometida.
Com o advento das redes sociais, o mundo se expandiu em tecnologia, informação, comunicação; mas perdeu o elo de bem-estar. Na ocasião em que Mark Zuckerberg tropeçou no fio rs (brincadeiras à parte), o resultado no dia seguinte nos noticiários foi de fúria, perdas financeiras, crises de ansiedade, isolamento, receio de uma reincidência. Sim, questões relevantes, preocupantes, mas será que alguém ao se ver impedido de uma mensagem de texto ou áudio imediatos e várias ao mesmo tempo, se perguntou há quanto tempo não digitava um número de telefone para uma conversa menos apressada; quem será que por não conseguir divulgar digitalmente um produto ou um serviço, saiu para bater palmas e levar uma amostra e, até mesmo se apresentar??
A internet haja visto não traz segurança...cai quando menos se espera. O amor também cai? Posso lhes afirmar que “de moda” o amor não cai; é o oposto do egocentrismo, em estado de amor a prevalência da empatia promove o bem-estar nas relações, sejam elas amorosas, comerciais, sociais. E quando há empatia, a intolerância sai de cena. O estado de amor norteia como relacionar-se com a vida, é a força para o crescimento pessoal através da relação com outros seres humanos, capacidade de valorizar o conhecido e respeitar as limitações.
Reconhecer a si como merecedor do amor próprio é um presente inestimável, por isso convido-os a olharem para si, atentarem-se para o limite que estão excedendo, a fim não só de buscarem ajuda por verem o abismo, mas principalmente para não chegarem à beira do abismo.
O caos se fez por algumas horas em que as redes sociais estiveram fora do ar, o mercado econômico sofreu grande impacto negativo. E com isso, a sensibilidade humana muito tem sido negligenciada em busca de progresso e poder.
Qual foi o total de horas nesse vácuo? Ah, essa resposta deverá perdurar na memória de muitos. Agora, quantas horas se passa nas redes sociais, ainda que seja buscando um meio de empreender? Pense a respeito, se você não tem essa resposta pronta. E sugiro refletir, se é possível expandir a comunicação, os negócios, também num formato não virtual que possa contar com o diferencial da amorosidade. Reconheça o avanço da tecnologia, usufrua dos benefícios das mídias; mas não se esqueça de experenciar o que a tela, o mouse, a câmera “ainda” não permitem. Não abram mão do aperto de mão, atualmente tão extinto, devido a pandemia. Não abram mão do olhar, que por sua vez ganhou destaque, já que o sorriso tem sido escondido pela máscara, mas o olhar através de uma câmera de celular ou computador será que é o suficiente, será que expressa a amorosidade contida no coração ou é disfarçada pelos pixels?? Que tal, sentir o perfume de alguém, sentir uma mão suar de emoção ao lhe ver, sentir um coração batendo junto num abraço, pisar à grama, molhar-se na chuva, degustar um vinho. Construa lembranças que não podem ser reconstituídas, são únicas, pessoais.
E assim, finalizo com vocês hoje na proposta de vivermos uma vida mais humanizada, tecnológica...mas humanizada!
“A morte deixa uma mágoa que ninguém pode curar, o amor deixa uma memória que ninguém pode roubar”. Khalil Gibran