Sejam muito bem-vindos a mais uma leitura em Guarumusic/Psicologia em Arte.
Peço desculpas por minha ausência no mês de janeiro e desejo a todos
Um Feliz e Promissor Ano Novo!!
Eu inicio hoje agradecendo aos amigos: Aldo Di Julho pela oportunidade em aprender, contribuindo a esta Página com meus conhecimentos e a Luiza de Oliveira que após uma conversa muito descontraída e produtiva num momento de grande fragilidade dela, me pôs a pensar e escrever sobre este tema.
Viver Além das Fronteiras Do Eu
Em face ao cenário atual ou já não mais tão atual assim, pensei ser de grande valia o assunto ansiedade.
Vou iniciar pela definição de: Transtorno de Ansiedade: De acordo com o Manual de Classificação de Doenças Mentais (DSM-5), os transtornos de ansiedade são um grupo de distúrbios psiquiátricos que compartilham características de medo e ansiedade excessiva. Cuja sintomatologia está classificada em 3 três grupos: Sintomas Físicos: sudorese, tremor, formigamento, entre outros; Sintomas Cognitivos: medo de ficar sozinho, excesso de preocupação, medo da morte, entre outros e Sintomas Somáticos: náusea, cefaleia, perda da qualidade do sono, entre outros.
Estresse, pressão, dúvida, tensão, fatores que quando não são desencadeados por motivos específicos e sim subjetivos causam um desequilíbrio no sistema nervoso gerando como resposta: a ansiedade.
Em 2020 inesperada e surpreendentemente a palavra Pandemia passou a fazer parte do dia a dia e como forma de proteção veio o Isolamento Social. E o que inicialmente parecia ser passageiro está avançando por meses e meses e meses; meses onde as perguntas e respostas mudam numa “velocidade estonteante”, como diz Caetano Veloso na letra O Índio. Desde então, mudanças em todas as áreas (social, cultural, profissional, política, econômica etc) vem ocorrendo sem perspectiva de estabilidade, somente a expectativa de respostas mais consistentes e, então o impacto na sociedade é de um ritmo de vida estressante. O que elevou o Brasil em 2020, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) ao patamar de País com a população mais ansiosa.
A quebra na rotina, tem gerado muita ansiedade, uma vez que nem todas as mudanças impostas estão consolidadas; aceitar novas regras tem chamado a atenção para como a sociedade é resistente às mudanças. Como o ser humano passará por essa vivência dependerá do próprio interesse em contribuir para a transformação e a valorização da vida. Durante a quarentena a saúde emocional e psíquica foi diretamente atingida, a limitação ao contato físico (muito apreciado na cultura ocidental), a restrição aos eventos sociais (comumente a válvula de escape), adesão ao home-office como novo formato de movimentação da economia, as aulas online como opção ao aperfeiçoamento e por aí vai...questões estas lançadas como forma de proteção e prevenção pessoal e coletiva, mas que tem gerado muita queixa e inquietação porque é preciso amor próprio e resiliência para passar por este cenário e sair com uma bagagem de novos significados. Enquanto o ser humano permanecer na corrida em busca somente de tempo perdido, desejoso do futuro, mas sem direção, foco ou significado, será uma Alice em conversa com o Gato Cheshire (- Pode me dizer qual caminho devo tomar? Pergunta Alice. Isso depende muito do lugar para onde você quer ir. Respondeu o gato) – Obra de Lewis Carrol – Alice no País das Maravilhas; viverá apreensivo com o futuro e os Transtornos de Ansiedade continuarão sendo os vilões.
Ora, a tecnologia teve que correr e alcançar vários recursos que até então pareciam muito distantes para um Brasil em crise político-sócio-econômica recorrente, sim a Pandemia fez com que essa área acelerasse e ganhasse espaço. Porém, parece que não podemos dizer o mesmo do ser humano, pois não parece ter evoluído tanto quanto as ferramentas tecnológicas, ainda que a necessidade bata à porta; o ser humano demonstra dificuldade em seguir regras e evitar o caos, dificuldade em pensar no próximo como em si mesmo, tais comportamentos ainda tão presentes apontam para uma sociedade egoísta e capitalista, onde a vida humana ainda não ganhou do “ter”.
O medo do futuro adoece uma sociedade, as perdas assolam a estrutura de muitas famílias, afinal várias perdas ocorreram (salarial, profissional, vida humana), mas enquanto a humanidade não se der conta que nem todas as perdas poderão ser reparadas e que para lidar com essa frustração é preciso saúde mental e evolução pessoal, os distúrbios de saúde mental continuarão alavancando o ranking das estatísticas.
No contexto filosófico o homem é um ser social que se desenvolve em sociedade, que precisa dos outros. Pois bem, mas para viver em sociedade é fundamental conhecer as próprias proficiências e deficiências a fim de respeitar a demanda diferente que possa apresentar o semelhante. Viva com o salutar interesse de: não ser apenas mais um na multidão, contudo não ser também o único a se destacar na multidão; pratique o autorrespeito e a empatia.